top of page
logo Mare a Leste_edited.jpg

Maré a Leste

Diz-se que quando a maré corre para leste, ela é favorável à pesca:

 “Quando a maré a leste fica “calmeira” na   nossa costa, na enseada de Itaipu, torna muito favorável a captura de certas espécies, para algumas modalidades de pesca”

Jairo Augusto da Silva, pescador artesanal de Itaipu. 

Realizado pela Comissão de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos e Comunidades Tradicionais Extrativistas Costeiros e Marinhos – Confrem Brasil, o projeto é fruto do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pelo Ministério Público Federal com a empresa Petrorio, atual Prio, com o apoio do Fundo Brasileiro para Biodiversidade (Funbio). 


Iniciado em novembro de 2021 e finalizado em agosto de 2023 o projeto atuou na melhoria da cadeia produtiva da pesca artesanal em 6 (seis) comunidades pesqueiras artesanais do estado do Rio de Janeiro. Na região metropolitana do Rio de Janeiro, as comunidades beneficiadas foram Tubiacanga (Ilha do Governador), Saracuruna (Caxias) e Ponta do Ipiranga (Sepetiba). Além destas, as comunidades da Praia Grande e da Praia do Pontal, ambas no município de Arraial do Cabo, também foram contempladas, assim como a da Praia de Itaipu, em Niterói. 


Segundo Flávio Lontro, coordenador nacional da CONFREM Brasil e mobilizador de campo do Projeto Maré a Leste, o objetivo do projeto foi “desenvolver mecanismos de geração de renda em seis comunidades pesqueiras do estado do Rio de Janeiro, através da trocas de saberes, do incentivo à pesca sustentável, da adoção de princípios da economia solidária, do fortalecimento das organizações comunitárias, dos espaços de produção e comercialização dos pescadores, pescadoras e marisqueiras.”


Ações

 

Diagnóstico – Foi realizado o Diagnóstico Situacional de todas as comunidades contempladas pelo projeto. Trata-se do levantamento de aspectos socioeconômicos e de saúde dos pescadores artesanais através da aplicação de questionários semiestruturados e escuta dos grupos. Costumes, vulnerabilidades, elementos identidários, problemas e expectativas foram alguns dos aspectos alcançados pelo diagnóstico. A partir dos dados, concluiu-se que 80% das comunidades sobrevivem apenas da pesca artesanal, o que deve ser um alerta para o poder público sobre a importância crucial do amparo a esta atividade. 


Oficinas de Educação Ambiental 


Foram ministradas três oficinas de Educação Ambiental em todas as comunidades ao longo do projeto.  As oficinas foram ministradas pela professora e engenheira cartógrafa Hélia Espinoza e pela psicóloga e educadora popular Andresa Barros, ambas da equipe do projeto. 


Curso de capacitação em tecnologia do pescado – produção de processados de pescado 


Este curso foi ministrado pelo biólogo Fábio Fabiano para a comunidade de Itaipu e ensinou a produzir diversos derivados de pescado, como hambúrguer, kibe e salsicha.


Capacitação em Gestão Administrativa e Financeira/Cooperativismo e Associativismo


Atividade concluída para as 06 (seis) comunidades, no decorrer do projeto e durante o Seminário Final do Projeto, de 26 a 29 de abril de 2023, pela consultoria GEO HABITAT.


Comunidades: 


Comissão de Pescadoras e Pescadores Artesanais da Praia de Itaipu (no final do projeto foi criada a Associação de Pescadores e Pescadoras da Reserva Extrativista de Itaipu e Lagoa de Itaipu – APPREILI).


Esta comunidade obteve em 2013 a decretação da Reserva Extrativista Marinha de Itaipu, sob a gestão do Instituto Estadual do Ambiente - INEA, visando a proteção dos recursos pesqueiros naquele maretório. A escuta da comunidade durante a elaboração do Projeto Maré a Leste revelou as necessidades mais urgentes no tocante a equipamentos de apoio à pesca artesanal, desta forma o projeto destinou 4 (quatro) guinchos para embarcações, reservatórios térmicos do tipo iglus para resfriamento e armazenamento do pescado, mesas de inox e tábua de polipropileno para beneficiamento, duas balanças mecânicas de 150 kg, ombrellones, aventais, tabuleiros para pescado, carrinhos plataformas para transporte, três freezers horizontais e uma seladora de alimentos.


Associação de Pescadores de Arraial do Cabo (APAC) e Comissão para Criação da Associação de Pescadores da Praia do Pontal – Arraial do Cabo (no final do projeto foi criada a Associação dos Pescadores de Canoa da Praia do Pontal – APECAPP)


No dia 16 de março de 2022, às 18h, na Pousada Sentinelas do Mar, no município de Arraial do Cabo, foram lançados os Cursos de Capacitação em Vigia de Pesca e Mestre de Rede. Os cursos foram realizados em parceria com as entidades: Associação dos Pescadores de Arraial do Cabo (APAC) e a Comissão para Criação da Associação de Pescadores da Praia do Pontal, que fazem parte da Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo – Resexmar- criada em 1997. Os cursos foram coordenados pelo biólogo Fábio Fabiano, da equipe do projeto. 


As atividades de vigia de cardumes e artes de rede são práticas tradicionais centenárias e seu ensinamento é de grande importância para manter vivos os modos de fazer da pesca artesanal. Além de contar com oficinas ministradas por especialistas, também atuaram como Instrutores antigos pescadores como o Seu “Quinzinho” e “Seu” Moacir, conhecidos vigia de cardumes e mestres de rede. 


Seu “Quinzinho” da Praia Grande já foi comparado a um “regente do mar”. De fato, como um maestro, utiliza de todo um gestual específico cujo objetivo é orientar os pescadores a partir do alto da vigia, um local abrigado do sol destinado a esta atividade. Aos 65 anos, Seu “Quinzinho” informa ser vigia desde os 34 anos, orientando o jeito como os pescadores devem jogar a rede. 
“Seu” Moacir da Praia do Pontal é notório mestre de rede, e ensinará esta arte centenária aos pescadores interessados, ajudando a preservar este importante conhecimento tradicional. 


Associação Colônia de Pesca de Caxias (no final do projeto foi criada a Associação dos Pescadores e Pescadoras de Saracuruna e Região – APPSR) 


No dia 20 de agosto de 2022 foi realizada a Oficina de Criação de Tilápias em Guapimirim, que reuniu 15 famílias de pescadores artesanais da Colônia de Pesca de Duque de Caxias. Uma propriedade rural localizada em Guapimirim foi então destinada à criação de tilápias em regime de parceria com o proprietário da área e as famílias de pescadores artesanais. A área possui reserva florestal e vários tanques aptos para a criação dos peixes. Na oficina foram abordados temas relacionados às atividades a serem feitas com a comunidade, sobretudo as técnicas de cultivo da tilápia.


O Projeto Maré a Leste também apoiou os pescadores e pescadoras de Saracuruna na emissão do Registro Geral de Pesca (RGP), considerando que de 72 pescadores e pescadoras da comunidade, apenas 6 pessoas possuíam RGP e ao final das atividades 42 pescadores deram entrada nos protocolos junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura - MPA, e o restante ficou com pendências variadas, mas tendo apoio para resolução.


Comissão de Marisqueiras da Ponta do Ipiranga da Praia de Sepetiba (no final do projeto foi criada a Associação de Marisqueiras e Pescadores da Ponta do Ipiranga – AMARPPI).


Esta comunidade se localiza na Ponta do Ipiranga, em Sepetiba, sendo composta por marisqueiras e pescadores. No decorrer do projeto, provavelmente por razões ambientais como o aumento de temperatura do mar, o banco de mexilhões que sustentava a comunidade deixou de produzir, causando uma situação de grave carência alimentar. O projeto concedeu onze embarcações de pequeno porte, visando possibilitar maior acesso aos recursos pesqueiros locais. Foram construídos e entregue 11 barcos, chamado por pescadores caiçaras locais da Baía de Sepetiba, por nome de caicão, com 6,40 metros de comprimento, 0,65 centímetros de altura, 1,60 metros de largura, 1 metro de largura de popa, com um porta tipo guilhotina na proa, três bancos, remadeira, e paneirado na área de rede, enfibrado com resina poliéster acima da linha d'água, e pintado em cores de azul e amarelo, em esmalte sintético. Os barcos foram construídos artesanalmente um a um, por mão de obra local. Se fortaleceu assim, 22 (vinte e duas) famílias nas atividades de mariscagem e pescaria, com motor de rabeta.


Associação de Pescadores Livres de Tubiacanga - APELT 


Esta comunidade se localiza na Ilha do Governador e há muitos anos pleiteava a reforma de um antigo cais destinado às embarcações de pesca. Este cais se encontrava em estado extremamente precário, com grande risco de acidentes, e o projeto buscou a determinação de um outro local para instalação de um novo pier, em conjunto com o INEA. Foi entregue então um novo pier à comunidade. O píer flutuante Easy Pier é composto, entre outros, por módulos com as seguintes dimensões: (i) 145 cm de largura, por 245 cm de comprimento, por 37 cm de altura; (ii) 95 cm de largura, por 245 cm de comprimento, por 37 cm de altura. Os referidos módulos são fabricados em polietileno (PE), antiestática, anticorrosivo e com aditivo, anti UV. Sua superfície é antiderrapante e possui trinta e duas cavidades para conexões, suportando uma carga máxima sem borda livre de 1.000kg por módulo(i), e por módulo (ii) de 650kg, com estimativa de atender 70 famílias de pescadores e pescadoras.

 
PARCEIROS DO PROJETO MARÉ A LESTE: 


Associação Mãe da Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo – AREMAC
Movimento Baía Viva
Reserva Extrativista Marinha de Itaipu - RESEX Itaipu/INEA
Subsecretaria da Região Oceânica de Itaipu (Prefeitura de Niterói) 
Núcleo de Solidariedade Técnica - Soltec/UFRJ.  


A realização do Projeto Educação Ambiental é uma medida compensatória estabelecida pelo Termo de Ajustamento de Conduta de responsabilidade da empresa PRIO, conduzido pelo Ministério Público Federal -MPF/RJ


Assista ao vídeo do Projeto Maré a Leste: 

 

​

​

​

​

​

​
 

logo Mare a Leste_edited.jpg

PROJETOS

MARÉ DE UNIÃO

 Fortalecendo o território pesqueiro de Itaipu com sustentabilidade ambiental

LOGO ITAIPU.png
bottom of page